terça-feira, 30 de outubro de 2012

Para se libertar de um obsessor...


Logo no início desta semana, recebi Hamilton, executivo competente, homem bom, que conheço há alguns anos, pois de tempos em tempos ele me procura querendo ouvir o que os mestres têm a lhe dizer.

Cansado de trabalhar no mesmo lugar e não receber nenhum tipo de reconhecimento, como já me conhecia, logo foi abrindo seus sentimentos, reclamando da vida monótona que estava levando, da falta de interesse e da imobilidade. Ele, que sempre tivera muita disponibilidade para o trabalho, vinha se sentindo impotente, sem forças para mudar sua vida, pois tudo o que tentara fazer nos últimos tempos, anos, dera errado.
Quando acessamos as vidas passadas, em vez de vir sua própria consciência contando a história do aprisionamento, ou mesmo o mentor dando explicações, veio um obsessor!

Pois é, amigo leitor, obsessor em terapia! A narrativa fluiu com dor, mas ao mesmo tempo com luz. O espírito contou que Hamilton era filho de um senhor feudal, e que a serviço do pai percorria as terras cobrando impostos dos colonos, sem se importar com as dificuldades e contratempos de ninguém; era egoísta e se sentia superior, com isso foi coletando, além das moedas de ouro, muitos desafetos, raiva e mágoas das pessoas que tinham ódio dele e de sua família, pois enquanto trabalhavam arduamente para tirar o seu sustento da terra, pai e filho gastavam seu dinheiro em tavernas, com mulheres da vida, em grandes festas. Mas o que mais nos impressionou foi a mensagem desse ser.

Ele disse: Você sempre se esforçou muito, não é? Nós também. E sabe quando nos sentimos vingados? Quando você procura reconhecimento no seu trabalho, quando você se esforça e nada do que faz é valorizado. Porque era exatamente assim que você agia com a gente. Você achava que era uma pessoa bem nascida, que tinha direito a tudo de bom que usufruía e que nós tínhamos mesmo que trabalhar, que merecíamos isso. Que a vida era assim. E que você podia gastar seu dinheiro como quisesse sem se importar com ninguém. Hoje você colhe seus frutos. Trabalha, mas a vida não se abre, as coisas não acontecem por mais que você se esforce.

Nesse momento os mentores retiraram esta criatura sofrida e a encaminharam para um espaço de luz e aprendizado; Hamilton ficou mais tranqüilo e confidenciou que de fato sempre julgou as pessoas tendo como parâmetro sua própria forma de viver. Achava que trabalhava e se esforçava e que por isso a vida daria certo. Achava também que as pessoas eram preguiçosas e por esta razão a vida delas não ia para frente. Tinha um raciocínio linear, sem dar qualquer chance para o desconhecido, para o mundo sutil de causa e efeito que nos acompanha.
Somente agora, mais maduro, tendo passado por tantas coisas sem ter seus esforços recompensados, compreendeu um pouco melhor por que é preciso ter complacência com os outros.

Saiu do nosso encontro mais leve e com menos vontade de julgar as pessoas. Disse claramente que já tinha começado um movimento interno de aceitar as pessoas como elas são e deixar de cobrar tanto de si mesmo e do mundo, mas que ainda sentia bastante dificuldade em entender por que a vida é aparentemente fácil para algumas pessoas e difícil para outras; no entanto, já tinha descoberto que nem tudo dependia só de esforço. Descobriu que existem outras forças comandando o mundo.

Fico feliz de fechar esse artigo, que ficou guardado algumas semanas comigo, com um acontecimento surpreendente. Passado esse tempo, Hamilton me procurou para contar que finalmente um novo caminho profissional se abrira para ele. Disse ter o coração em profunda paz e gratidão para com seu antigo obsessor, porque foi por conta da interferência dele que mudou sua vida e que sentia que daqui para frente não iria mais julgar ninguém.

Ele terminou sua fala dizendo: "Sabe, Maria Silvia, o julgamento aprisiona a gente. Eu quero é ser feliz, e deixar cada um na sua vida, do seu jeito. Finalmente acho que aprendi a lição e que fui perdoado. Tenho certeza que agora tudo será diferente".



(Texto de Maria Silvia Orlovas - Site STUM
Maria Silvia ensina no Grupo de Meditação Dinâmica, em São Paulo. Venha ouvir pessoalmente as canalizações.)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Relacionamentos


Creio que o maior desafio deste novo milênio é o de harmonizar nossos relacionamentos, nossas relações. Harmonizar relações/relacionamentos em todos os níveis: na família, na relação homem e mulher, com os filhos, com os pais, com chefes, com subordinados, com fornecedores, com clientes, com companheiros de trabalho, vizinhos, amigos em geral. 

E é claro, relacionamento consigo mesmo, com Deus, com sua crença/religião.... ou seja: Tudo na vida é relacionamento, pois hoje, mais do que nunca, temos que nos relacionar com o meio ambiente, com a nossa alimentação, com a escola de nossos filhos, com os amigos de nossos filhos... Vivemos numa rede interminável de relacionamentos!

Se a vida é a dança das Relações, é sábio aprendermos cada vez mais a dançar, em harmonia com tudo o que nos cerca. 

Na medicina tradicional dos nativos americanos, é usado uma frase de poder, um mantra:

Mitakuye Oyasin... que significa "Por Todas As Nossas Relações".

É um mantra que nos harmoniza com o Universo. Significa Todas as Nossas Relações com todos os seres, em todas as nossas vidas na Terra, desde um inseto ou ser rastejante, até seu irmão de sangue.

Os nativos aprenderam a viver a completa beleza que somente o verdadeiro contato com a natureza pode trazer. Os nativos americanos, por exemplo, tem 4 mandamentos básicos:
1 - Respeito à Mãe-Terra;
2 - Respeito ao Criador(Wakan Tanka);
3 - Respeito por irmãs e irmãos;
4 - Respeito à liberdade individual ( liberdade que não agrida irmãos e Mãe Terra).


Há o conceito que todas as coisas boas chegam das "Quatro Direções Sagradas" (norte, sul, leste, oeste) que contém todo o Universo.

O Criador colocou as quatro raças (brancos, vermelhos, amarelos e negros) em suas respectivas áreas, e aparece para cada povo de diferentes maneiras e caminhos, para trazer beleza e harmonia.

Todos os seres, sejam homens, animais, plantas, minerais, peixes, pequenas criaturas, etc., possuem espírito. Tudo está ligado, conectado com a Alma do Mundo. Por entender que Deus está presente em toda a vida, honro "Todas As Nossas Relações". Acredito que Deus ama igualmente todas as suas criaturas. 

Estamos ligados com a Fonte de Vida do Universo. Cada partícula do nosso ser e de todos os seres pertencem à Mãe-Terra e Pai Céu. Nós e todas as coisas, somos Sagrados.

Chama-se "Por Todas as Nossas Relações": para força, para guiança e para sabedoria. 

Eu agradeço por Todas As Minhas Relações ao Criador, ao Universo, a cada uma das Quatro Direções, ao Pai Céu, a Mãe Terra, e a Todos os Elementos.

Eu agradeço a todas as coisas que têm vida em meu próprio ser e que são sagradas para mim. Cada uma delas tem uma razão sagrada para existir. Agradeço ao Grande Círculo da Vida e a relação com outras pessoas, que criaram e criam um fluxo especial de energia que posso chamar de "minha vida".

Por honrar nossas relações no modo de vivermos cada dia, no modo que pensamos e agimos nós honramos o sagrado fluxo chamado "vida" e, através desse fluir de energia do Grande Círculo da Vida, que nós não apenas sobrevivemos, mas vivemos realmente, e experimentamos a vida na sua completa beleza, através do Poder das Relações.

Mitakuye Oyasin!

(Texto escrito por Léo Artése)

sábado, 27 de outubro de 2012

O menino piloto reencarnado

Reportagem sobre criança em tenra idade, que se lembra detalhadamente de sua última encarnação, quando era piloto ao serviço dos EUA na 2ª guerra mundial.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Aprenda Imposição de Mãos" - Mini curso em 11 dias.

Dia 1 - Introdução

"Aprenda Imposição de Mãos" é um Minicurso gratuito ministrado por Moisés Esagüi com o intuito de fornecer informações fundamentais para que, por meio do conhecimento e da prática, cada um possa alcançar eficiência na circulação, exteriorização e interiorização de energias a fim de conquistar e manter o equilíbrio energético, além de aprender técnicas de imposição de mãos para realizar assistência energética à distância e liberar bloqueios energéticos para alcançar estabilidade emocional e espiritual.

Dia 2 - As Energias

Dia 3 - O Chacra Básico

Dia 4 - O Chacra Esplênico

Dia 5 - O Chacra Umbilical

Dia 6 - O Chacra Cardíaco

Dia 7 - O Chacra Laríngeo

Dia 8 - O Chacra Frontal

Dia 9 - O Chacra Coronário 

Dia 10 - Imposição de Mãos Presencial

Dia 11 - Imposição de Mãos à Distância





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mensagens do Grande Reino Celeste


“Senda das Rosas rumo
ao Grande Reino Celeste”.

(Mainhdra)

A todos os Sóis na Terra, convoco a difundir
o espírito da oração transformadora.
Este espírito deve ser irradiado pela Trindade
que nasce da Sagrada Fonte Celeste.

Filhos, espero que este espírito nasça a
partir da essência do coração e que, junto a
Mim, o difundam com humildade. Iniciamos
o resgate de mais corações e almas que iniciarão
sua própria reconversão.
Ide! Ide rumo às criaturas que necessitam
sentir e ver o verbo orante como sua firme
fortaleza. Sigamos o caminho da transformação
e preenchamos, com nossas orações,
os lugares escuros nestes tempos. 

Chamemos
a Luz de Cristo para que cada um seja 
abençoado e receba a Misericórdia, abrindo os caminhos
rumo à redenção.

Chamo meus filhos que não oram, que não
me esperam e que não me amam. Para isto,
necessito de vós como luzes na oração, reunidos
em grupos de almas, que devem abrir
os cofres da luz para as criaturas que estão
fechadas a Mim e negadas a Cristo. Devemos
comungar na unidade celeste para estes tempos
e superar os embates do inimigo.
Quem me procurar, encontrará resgate.
Quem me chamar, receberá proteção.
Quem vigiar, será formado como Meu
soldado orante e vigilante na luz celeste.

São tempos de resgate e devemos compreender
que a oração ardente, nos grupos
de almas, deve fortalecer-se na unidade das
intenções e no amor às ideias. Serão um só,
como meus filhos pródigos, que constróem os
caminhos baseados na humildade e que abrem
as portas celestes na oração sincera.

A meus grupos de oração planetária, solicito
fortaleza e firmeza. São momentos em
que as mudanças se aproximam para gerar
novos passos espirituais. É necessário difundir
a consciência e o espírito da oração, na permanente
conexão interna com Cristo.

Às almas vigilantes, peço vigiar constantemente
os templos que, dia a dia, são construídos
nos corações. Templos onde Cristo
Samana, Rei do Universo, tem sua morada
e encontra descanso e repouso nessas almas
fortes e corações firmes que se apresentam a
Ele para redimir-se.

O caminho do serviço permite que nos
aproximemos do espírito da oração ardente.
Para isso, meus filhos, deveis arder em luz e
acender mais chamas em oração.
Unamos, numa só, as intenções de evoluir e
permitamos que Cristo Redentor nos conduza
para dentro de Seu refúgio e de Seu coração.
Revelemos a comunhão com Cristo durante
os estados de oração, como um momento
de consagração espiritual e de elevação
interna de nosso espírito a Deus Universal.
Chamo a todos vós de sóis porque deveis
irradiar, para a reconversão, a energia de Minha
Imaculada Face e Imaculado Coração.

Neste mundo, momento a momento, dia após
dia, as luzes perdem seu brilho. São as almas
que não me conhecem e que não me encontram
por padecerem de falta de orientação.

Acendamos os espíritos que necessitam de
Mim e que, junto à Vontade Divina, devo resgatar
prontamente. Todos, como meus sóis,
devem unir-se à Divindade do Universo.
Recordai que a oração tem direção e resposta
nos espíritos simples. Por isso, devemos
propagar a simplicidade da oração nos seres
que não reconhecem e que não têm em seu interior
Meu Imaculado Coração. Ajudai-me com
a força da oração para que mais seres sejam
resgatados, perdoados e redimidos. 
Para este mundo basta, apenas, orar e orar sem cessar.
Como vossa Mãe Universal, Meu Coração
repleto de flechas detém as ofensas que recebe
vosso Amado Deus. Sem a Misericórdia, não
somos seres resgatáveis, e é vosso compromisso,
como humanidade, responder ao raio
misericordioso que Cristo nos envia dia a dia.
É momento de aliviardes o sofrimento daqueles
seres que vivem sem luz e que desaparecem
na escuridão.
É importante que cada ser da Rede
Orante de amor e luz transmita, na oração,
a reforma planetária e o estabelecimento da
luz para a Terra.
Se estiverdes em Mim, estarei entre vós.
Se abrirdes vosso coração, voltarão a
converter-se em minhas crianças.
Se escutardes o clamor, construiremos
um resgate mais amplo e próximo.
Segui Comigo. Eu, Mainhdra, Rainha da
Paz, vos guio.


(Mensagem de Mainhdra; extraído do livro "Mensagens do Grande Reino Celeste"; de Madre Shimani;  Ed. Irdin)
(Imagem:  Mãe Divina,  extraído do site Mãe Divina 
Visitem!)

domingo, 21 de outubro de 2012

Depois de transformar-se, ajudar e ensinar os semelhantes


- Reflitam diante deste belo conto simbólico sobre nossa jornada interior!
Kajol.



"Turu, o marinheiro, tendo recebido cinco moedas de ouro pelo seu trabalho, desembarcou em terra desconhecida. Havia decidido conhecer os desertos e as montanhas e, segundo as indicações que recebera, aquele era o local onde deveria iniciar sua jornada.

Ao desembarcar, comprou um cavalo por uma moeda, e com ele iniciou a viagem. Percorreu vilas e cidades, até que chegou à margem de um deserto. Trocou então o cavalo recém comprado e mais uma moeda de ouro por um camelo, e seguiu viagem por aquele deserto.

Acompanhou caravanas de peregrinos, conheceu o calor das areias e o frio da noite; saciou a sede nas nascentes dos oásis e descobriu a solidão. Decidido, cruzou o deserto e chegou a uma aldeia, próxima de uma grande floresta. Trocou ali o camelo e mais duas moedas de ouro por um elefante e prosseguiu viagem.

Tempos haviam-se passado desde que Turu desembarcara naquele continente e, em sua jornada, muitas lições de vida aprendera.

No dorso do elefante, chegou à cabana de um conhecido guia, que se dispôs a ajudá-lo a subir uma Grande Montanha, fornecendo-lhe também provisões. Entretanto, o guia lhe disse que só poderia levá-lo até certo ponto do trajeto, após o que Turu deveria prosseguir sozinho.

Famosa era aquela montanha. Contavam as lendas que jamais alguém havia retornado após alcançar seu topo. Turu aceitou a ajuda do guia, e juntos puseram-se a caminho, até chegarem a um vasto patamar de pedra. Naquele local Turu despediu-se dele. Confirmou sua decisão de prosseguir e, como sinal de gratidão, deixou-lhe sua última moeda de ouro e o elefante.

Dias e noites de sol e chuva, de calor e frio se passaram. Avançando com a destreza de um cavalo, com a persistência de um camelo, com a sabedoria e a fortaleza de um elefante, finalmente Turu alcançou o alto da montanha.

Lá chegando nada encontrou, além de pedra, vento e rala vegetação. Sem se desanimar, todavia, deitou-se numa rocha que se elevava em direção ao norte e adormeceu. Dormiu perguntando-se qual seria o prosseguimento da viagem que, desde o início, havia oferecido à Luz que em seu interior brilhava. Sonhou que um grande clarão descia do céu e o arrebatava, levando-o para além daquelas terras e revelando-lhe os mistérios da criação. À medida que absorvia tal conhecimento, esse clarão irradiava-se em seu corpo, transformando-o.

Ao despertar, Turu viu diante de si um esbelto Ser que lhe entregou um pergaminho, dizendo-lhe:

- Tendes aqui o roteiro da vossa viagem. Retornai ao mundo e ensinai a vossos irmãos o Caminho do Encontro.

E aquele Ser, assim como surgiu, desapareceu.

Turu retornou então ao convívio dos homens para cumprir sua tarefa."



(Extraído do livro “Viagens por Mundos Sutis” - Trigueirinho )

Escuta peregrino


Escuta peregrino,

Quem teme perder a própria vida não pode receber os dons da eternidade.

Quem teme ser desconsiderado pelos homens não pode, em plenitude, fundir-se na Vida celestial.

Mas quem se entrega ao Supremo e nada retém compreende o chamado das estrelas e, percorrendo a estreita trilha da renúncia, chega aos altos cumes, portais da redenção.

Subjuga tua natureza inferior; oferta-te em plena consciência Àquele que te concedeu a Vida e deixa-te mergulhar no centro dessa Fonte inesgotável.

Não queiras nomes, pois aprisionam a mente; não ambiciones posições, ou ficarás atado ao viscoso solo que te ilude com seu brilho fugaz.

Para ti é ainda difícil compreender a Divindade porque ela nada toma para si e, mantendo-se livre de todas as formas e de todos os conceitos, permanece imaculada.

Se tua pequenez se evidencia diante da imensidão das esferas celestiais, compreende a silenciosa mensagem que o fulgor das estrelas procura te transmitir.

Lembra-te, há leveza no voo das pequenas aves. Escuta, peregrino: reconhece nas coisas efêmeras a marca da imortalidade; ao transitares pelo mundo das formas mutantes, deixa-te permear pela realidade imutável.

O véu se dissolverá ante tua entrega, mas primeiro deves reconhecer a Lei. Não há passo que não possa ser dado nem caminho que não possa ser percorrido por quem reverencia o Sagrado.

Aprende das ondas do mar o cumprimento das fases; aprende da sucessão das estações a vivência dos ciclos. Aprende da flor a pureza da entrega e, das abelhas, o serviço grupal. Segue peregrino, as indicações do teu Caminho de Luz.

Ensurdece-te aos chamados do mundo, cala-te aos seus clamores, esquiva-te de atos incorretos, cerra os olhos às visões profanas, renuncia ao gosto do que te ata às ilusões. Ao conduzires os sentidos como um hábil cavaleiro, faz despertar faculdades ocultas, não para teu deleite, mas para redenção e serviço.

Essas faculdades serão as lamparinas que mostrarão o caminho aos que ainda não puderam libertar-se; serão a cálida chama que lhes aquecerá o coração, despertando-os para uma vida fraterna e espiritual. Segue, ardente buscador, faz dos sentidos colaboradores do Senhor, ensina-lhes a adorar o Único.

Lembra-te de que tua vida não mais te pertence, lembra-te de que tu é que pertences ao Infinito.

(Extraído do livro “Não estamos sós” - Trigueirinho )


Esvazia-te!



O indivíduo não pode receber dádivas dos céus enquanto suas mãos estiverem ocupadas em reter coisas materiais.

Esvazia-te, esvazia-te para que encontres as verdadeiras riquezas. A eternidade é conhecida por aquele que não planeja, não alimenta recordações nem se preocupa com o amanhã.

Para muitos é difícil reconhecer a necessidade de desligar-se de laços, de afetos e das coisas que os enlevam. Porém, como pode o Ilimitado ser contido num ser que não se entrega ao infinito?


A energia cósmica é a energia pura, renovadora, origem das emanações que vitalizam a Criação. O seu fluxo através de um ser depende de quanto ele poderá deixar que essa energia o permeie sem desviá-la segundo as próprias tendências. Mesmo que se aspire a não interferir nesse fluxo, é inevitável fazê-lo quando existem vínculos em níveis humanos. Por isso, a potência energética acessível a um homem comum, atado à matéria, é consideravelmente menor do que a disponível a um ser desapegado, evoluído espiritualmente.

O contato com a energia divina não pode ser transmitido e tampouco ensinado. Cada contato é único, pois a perfeição jamais se repete. Pode-se falar a respeito dessa energia, pode-se lançar luz no caminho para alcançá-la, mas cada indivíduo tem de percorrer por si mesmo suas trilhas, aprender a não se impressionar com as pedras pontiagudas espalhadas por elas e a comungar da inefável beleza de suas alamedas.

(Extraído do livro “O Visitante (O caminho para Anu Tea)” - Trigueirinho)



Como controlar o pensamento



Pensar é uma atividade que, na maior parte da humanidade, fixa a mente em coisas concretas, externas e visíveis.

Quando a pessoa ainda não aprendeu que pode controlar o pensamento, este se torna desenfreado. E, quanto mais desenfreado, mais a mente se fixa em coisas externas e concretas e mais difícil se torna concentrá-la em coisas abstratas, elevadas. Assim, a mente se distrai, se dispersa e se mantém voltada para o que os sentidos apresentam. E muitas vezes a pessoa nem se dá conta da própria dispersão.

Quem está consciente do próprio estado de dispersão e está em uma busca espiritual, quer concentrar-se, porque só assim consegue centralizar a energia mental e direcioná-la para os níveis mais elevados da existência.

Entretanto, para conseguir concentrar-se, não basta simplesmente querer, nem mesmo fazer exercícios sistemáticos. A concentração só ocorre de fato quando a pessoa renuncia àquilo que a atrai, agrada ou contenta e se volta prioritariamente para a busca espiritual.

No passado foram criados muitos exercícios de concentração adequados para a mente daqueles tempos. Mas em geral os que faziam os exercícios tinham uma vida organizada, harmoniosa, sadia e disciplinada.

Não é o caso da maioria das pessoas de hoje. Atualmente, nossa civilização estimula o consumismo e uma forma de vida desordenada, comandada pelos desejos. Se alguém fizer hoje os exercícios de concentração criados no passado e viver como a maioria vive em nossos dias, cedendo aos apelos dos desejos, não conseguirá concentrar-se porque lhe faltará certo ascetismo na vida diária, imprescindível para a concentração.

Além disso, com o passar dos tempos, a consciência e a mente humanas se desenvolveram e os vários níveis de consciência na mente se aproximaram. Portanto, os antigos exercícios de concentração não são mais adequados à mente atual.

Quando se pratica o ascetismo, ou seja, quando se renuncia a tudo o que dispersa, quando se repele tudo o que não leva aos níveis espirituais, quando se controlam os próprios impulsos no dia a dia, a concentração pode finalmente ocorrer.

(Extraído do livro “Trabalho Espiritual com a Mente” – Trigueirinho )

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mensagem de Chico Xavier


"Embora ninguém possa voltar atrás e 
fazer um novo começo, qualquer um pode 
começar agora e fazer um novo fim."





Nasceste no lar que precisavas, 
Vestiste o corpo físico que merecias, 
Moras onde melhor Deus te proporcionou, 
de acordo com teu adiantamento. 

Possuis os recursos financeiros coerentes 
com as tuas necessidades, nem mais, 
nem menos, mas o justo para as tuas 
lutas terrenas.

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste 
espontaneamente para a tua realização. 
Teus parentes, amigos são as almas que atraístes, 
com tua própria afinidade. 

Portanto, teu destino está constantemente 
sobre teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, 
buscas, expulsas, modificas tudo aquilo 
que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontades são a chave 
de teus atos e atitudes... 
São as fontes de atração e repulsão na tua 
jornada vivência.

Não reclames nem te faças de vítima. 
Antes de tudo, analisa e observa. 
A mudança está em tuas mãos. 

Reprograme tua meta, 
busque o bem e viverás melhor!


Chico Xavier 


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Divaldo Franco demonstrando aplicação do Passe




Esse video faz parte do Dvd "Passes e Curas". Em reunião habitual no "Centro Espírita Caminho da Redenção", em Salvador, Bahia, foi proposta a Divaldo Franco a presente Entrevista por José Ferraz, fundador e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda, sintetizando inúmeras questões de importância, a respeito dos passes, a saber: que é o passe e qual a sua finalidade; quem pode aplicá-lo, e quais as condições exigíveis; Jesus e a cura pela fé, incorporação mediúnica; técnicas para aplicação dos passes. Demonstração de passes. Narração de fatos demonstrativos do apoio da mão de Deus em nossas vidas. (extraído de Seleções do Readers Digest). Local: Centro Espírita Caminho da Redenção- SSA/BA Data: 16/10/1994
Comprar o DVD: http://www.megalivros.com.br/produto/dvd-passes-e-curas.html

Sobre PASSES, o Projeto Manoel Philomeno de Miranda prodiziu dois livros:

TERAPIA PELOS PASSES - http://www.megalivros.com.br/produto/terapia-pelos-passes.html

PASSES, APRENDENDO COM OS ESPÍRITOS -http://www.megalivros.com.br/produto/passes-aprendendo-com-os-espiritos.html

O Projeto Manoel Philomeno de Miranda
http://www.projetomanoelphilomenodemiranda.com

O Projeto Manoel Philomeno de Miranda foi criado no mês de maio de 1990, para dar apoio e treinamento aos integrantes da área mediúnica dos Centros Espíritas através de seminários, cursos e palestras.

A equipe atual é composta de José Ferraz, Nilo Calazans e João Neves. Contava, também, com o companheiro Geraldo Azevedo, afastado das atividades por motivos de saúde.

Sendo essas pessoas membros do mesmo Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador (BA) -- convivendo no labor doutrinário diariamente no transcurso de 45 anos, ficou fácil desenvolver o programa e levá-lo adiante com excelentes resultados.

A denominação do empreendimento espírita como equipe harmônica adquiriu identidade própria, e essa equipe se propõe continuar oferecendo os serviços que vem executando há cerca de 19 anos em prol da vivência e da educação mediúnica, conforme as bases da codificação Espírita.

A abrangência das suas atividades envolve Reuniões Mediúnicas, Vivência Mediúnica, Terapia pelo Passe, Qualidade na Prática Mediúnica, Desobsessão e Atendimento Fraterno ora reunidas em obras literárias adicionadas pelos livros "Passes, Aprendendo com os Espíritos" e "Estudando o Livro dos Médiuns", publicados pela Livraria Espírita Alvorada Editora, cidade de Salvador (BA) alcançando em 2011 a marca de 236 mil livros vendidos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

No Controle das Emoções


Correto sentir, correto falar e correto agir ...







O primeiro e mais poderoso método para se obter um comando sobre as emoções é - como em tudo que se refere à consciência - a Meditação.

Diante do contato com o mundo que perturbou as emoções, a Meditação deve ser um recurso. De volta ao corpo, após o período de sono psíquico, vindo de um mundo mais sutil do que o físico, o EU encontrará sua morada calma e pode tomar posse serenamente do cérebro e dos nervos repousados. A Meditação não será eficaz se feita na parte mais avançada do dia, mas mais tarde, quando as emoções tiverem sido perturbadas e quando estiverem em total atividade.




Outro método de controle das emoções é o de refletirmos antes de falar, a fim de contermos as palavras. O homem que aprendeu a controlar seu discurso conquistou todas as coisas, diz um antigo legislador oriental. A pessoa que nunca profere uma palavra irrefletida ou ferina está bem situado no controle das emoções. Controlar o modo de falar é o mesmo que controlar toda a sua natureza. 

Ter medo do silêncio é indício de fraqueza mental, e o silêncio calmo é melhor do que um discurso tolo. 

Um terceiro método de controle das emoções é o de refrear a ação sobre o impulso. A pressa no agir é característica da mente moderna e é a rapidez excessiva que constitui a sua virtude. 
Quando consideramos calmamente a vida, reconhecemos que nunca existe uma necessidade de pressa, sempre existe tempo suficiente e a ação, mesmo rápida, deve ser refletida e isenta de pressa. Quando surge um impulso vindo de qualquer emoção forte, e a ele obedecemos, pulando adiante como uma mola e irrefletidamente, estaremos agindo de modo nada sábio. Se fizermos um treinamento para, em negócios comuns, pensarmos antes de agir, depois, se um acidente, ou outra coisa acontecer, na qual uma ação rápida seja necessária, a mente pronta equilibrará as demandas do momento e dirigirá a ação rápida, mas não haverá nenhuma pressa, nenhum ato às cegas ou irrefletido. 

(Texto extraído do livro "Um Estudo sobre a Consciência", de Annie Besant, 1954) 

Savitri



Se no Vazio sem significado a criação surgiu,

Se de uma força inconsciente a Matéria nasceu,
Se a Vida pode se erguer na arvore inconsciente,
E o encanto verde penetrar nas folhas esmeraldinas,

E seu sorriso de beleza desabrochar na flor,
E a sensação pode despertar no tecido, no nervo e na célula,
E o Pensamento apossar-se da matéria cinzenta do cérebro,
E a alma espiar de seu esconderijo
                                                                                              através da carne,

Como não poderá a luz ignota se lançar sobre o homem,
E poderes desconhecidos emergirem do sono da Natureza?
Mesmo agora insinuações de uma Verdade luminosa como estrelas,
Erguem-se no esplendor da mente lunar da ignorância;
Mesmo agora o toque imortal do Amante sentimos,
Se a porta da câmara apenas estiver entreaberta,
O que então pode impedir Deus de furtar-se para dentro,
Ou quem pode proibir seu beijo na Alma adormecida?

(Savitri)

Sabedoria de Sri Aurobindo



...Levanta teus olhos em direção ao Sol!

Ele Está lá nesse maravilhoso coração de vida e luz e esplendor.

Observa à noite as inúmeras constelações cintilando como outras tantas fogueiras solenes do
Eterno no silêncio ilimitado, que não é nenhum vazio mas pulsa com a presença de uma única
existência calma e tremenda.


Olha lá Orion com sua espada e cinto brilhando como brilhou aos antepassados Arianos há dez mil 
anos atrás, no começo da era Ariana, Sirius no seu esplendor, Lyra percorrendo bilhões de milhas
no oceano do espaço.

Lembra-te que estes mundos inumeráveis, a maior parte deles mais poderosos que o nosso próprio, estão girando com velocidade indescritível ao aceno desse Ancião dos Dias, a quem ninguém, exceto Ele, conhece, e contudo são milhões de vezes mais antigos que teu Himalaia, mais firme que as raízes de tuas colinas e assim permanecerão até que Ele, à sua mercê, sacuda-os como folhas murchas da eterna árvore do Universo.

Imagina a perpetuidade do Tempo, considera a incomensurabilidade do Espaço; e então lembra-te
que, quando estes mundos ainda não existiam, Ele era ainda o Mesmo.

Observa que além de Lyra Ele está, e no longínquo Espaço onde as estrelas do Cruzeiro do Sul
não podem ser vistas, ainda assim Ele lá está.
E então volta à terra e considera quem é este Ele.
Ele está bem perto de ti.


Repara naquele homem idoso que passa perto de ti, abatido e curvado, apoiado em seu bastão?
Imaginas tu que é Deus quem está passando?
Há uma criança rindo e correndo ao sol.
Podes tu ouvi-lo nesse riso?

Não, Ele está ainda mais próximo de ti.
Ele está em ti, Ele é tu mesmo.

És tu quem ardes lá longe, há milhares de milhas de distância, nas infinitas extensões do Espaço, és tu que caminhas com passos confiantes sobre os turbulentos vagalhões do mar etérico.

És tu quem colocaste as estrelas em seus lugares e teceste o colar de sóis, não com mãos, mas por este Yoga, esta Vontade silenciosa, impessoal e inativa, que te colocou hoje aqui, ouvindo a ti mesmo em mim.

Olha para cima, oh filho do Yoga antigo e não sejas mais medroso e céptico; não temas, não duvides, não lamentes, porque em teu aparente corpo está Aquele que pode criar e destruir mundos com um sopro.

(Unanishads)
Texto extraído do livro  A Sabedoria  de Sri  Aurobindo 


sábado, 13 de outubro de 2012

Cântico ao Irmão Sol, Cântico das Criaturas

São Francisco de Assis

(St Francis - Pintura de Nicolas Roerich, 1931)

Altíssimo, onipotente e bom Senhor, a ti subam os louvores, a glória e a honra e todas as bênçãos!

A ti somente, Altíssimo, eles são devidos, e nenhum homem é sequer digno de dizer teu nome.
Louvado sejas, Senhor meu, junto com todas tuas criaturas, especialmente o senhor irmão sol, que é o dia e nos dá a luz em teu nome.

Pois ele é belo e radioso com grande esplendor, e é teu símbolo, Altíssimo.
Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã lua e as estrelas, as quais formaste claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, Senhor meu, pelo irmão vento, e pelo ar, pelas nuvens e o céu claro, e por todos os tempos, pelos quais dás às tuas criaturas sustento.

Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, Senhor meu, pelo irmão fogo, por cujo meio a noite alumias, ele que é formoso e alegre e robusto e forte.

Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã, nossa mãe, a terra, que nos sustenta e nos governa, e dá tantos frutos e coloridas flores, e também as ervas.
Louvado sejas, Senhor meu, por aqueles que perdoam por amor a ti e suportam enfermidades e atribulações.

Benditos aqueles que sustentam a paz, pois serão por ti, Altíssimo, coroados.

Louvado sejas, Senhor meu, por nossa irmã, a morte corpórea, da qual nenhum homem vivo pode fugir.

Pobres dos que morrem em pecado mortal! e benditos quem a morte encontrar conformes à tua santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai todos vós e bendizei o meu Senhor, e dai-lhe graças, e o servi com grande humildade!

St. Francisco

Por que a Oração?


A vida do homem é uma vida de carências e necessidades, e portanto de desejos, não apenas em
seu físico e vital, mas em seu ser mental e espiritual.

Quando ele se torna consciente de um grande Poder que governa o mundo, Este aproxima-se dele através da oração, para a satisfação de suas necessidades, para auxílio em sua áspera jornada, para proteção e ajuda em sua luta. Sejam quais forem as imperfeições que possam existir na aproximação comum religiosa de Deus pela prece - e há muitas, especialmente essa atitude que imagina que o Divino seja capaz de ser propiciado, subornado, lisonjeado para a aquiescência ou indulgência pelo louvor, súplica e dádivas e pouco considera o Espírito com o qual se aproxima dele - contudo este modo de voltar-se para o Divino é um movimento essencial de nosso ser religioso e repousa  numa verdade universal.


Duvida-se freqüentemente da eficácia da oração e a própria oração supõe-se uma coisa irracional,
necessariamente supérflua e ineficaz. 

É verdade que a vontade universal executará sempre Seus Objetivos e não pode ser desviada por propiciação e súplicas egoísticas; é verdade do Transcendente que se expressa a si mesmo na ordem universal que, sendo Onisciente, seu conhecimento mais amplo deve prever a coisa a ser feita e não necessita de direção ou estímulo do pensamento humano; e que os desejos individuais não são e nem podem ser em nenhuma ordem do mundo, o verdadeiro fator determinante. 

Porém, nem é essa ordem ou a execução da vontade universal em conjunto efetuada pela Lei mecânica, mas por poderes e forças dos quais, pelo menos para a vida humana, não estão entre os menos importantes, a vontade humana, a aspiração e a fé.

A prece é apenas uma forma determinada dada a essa vontade, a essa aspiração e fé. Suas formas são muitas vezes cruas e não somente infantis, o que não é um defeito em si mesmo, mas criancice; contudo ela tem um poder e significado reais. Seu poder e sentido são colocar a vontade, a aspiração e a fé do homem em contato com a Vontade Divina, como a de um Ser consciente com quem podemos entrar em relações conscientes e vivas.

A oração ajuda a preparar esta relação para nos, primeiro no plano interior, mesmo quando ainda
exista lá compatibilidade com o que é mero egoísmo e ilusão de si; mas depois podemos avançar em direção à vontade espiritual que está por trás. Não é portanto a concessão da coisa pedida que importa, mas a relação em si, o contato da vida do homem com Deus, a permuta consciente. 
Em assuntos espirituais e na procura de aquisições espirituais, esta relação consciente é um grande poder; é um poder muito maior que nossa própria luta e esforço inteiramente autoconfiantes e proporciona um crescimento e experiência espirituais mais plenos.

Inevitavelmente, no fim, a oração ou extingue-se na coisa maior para a qual nos preparou, - de fato, a forma a que chamamos de oração não é em si mesma essencial, contanto que a fé, a vontade e a aspiração estejam lá, - ou permanece apenas para a alegria do relacionamento. 
Também seus objetivos, o artha ou interesse que procura realizar, torna-se cada vez mais
alto até que alcançamos a devoção, sem motivo, mais elevada, que é essa do amor divino puro e simples, sem qualquer exigência ou anseio.

Sabedoria de Sri Aurobindo
Seleção de Seus Escritos

O Râmâyana


I
O Poeta

Entre os inúmeros poemas épicos ou epopéias que enriquecem a literatura sânscrita, sobressaem por seus méritos o Râmâyana e o Mahâbhârata, anteriores e superiores, em originalidade e beleza, à Ilíada e à Odisséia.
A língua sânscrita, com sua literatura, continua interessando aos orientalistas do Ocidente e aos
eruditos do Oriente, embora há mais de dois mil anos não seja o sânscrito língua viva e não tenha perdido o seu caráter de sagrada.

(Maharishi Valmiki)
O Râmâyana e o Mahâbhârata descrevem subalternamente os usos, costumes, crenças e cultura dos antigos monumentos da poesia sânscrita, embora anteriormente tenham sido escritos os Vedas, cuja maior parte está em forma métrica; todavia, na Índia o Râmâyana é considerado como a primeira e mais antiga produção poética!

O autor do Râmâyana foi Valmiki, sobre cuja vida teceram-se muitas conjeturas, do mesmo modo que a respeito de Homero e Shaskespeare no Ocidente, conquanto não caiba dúvida referente à autenticidade desua existência. Se bem que muitos versos do poema não sejam seus, "mas interpolações, realçam entretanto a poética magnificência dessa obra sem par na literatura mundial.

Havia na Índia um jovem casado que, apesar de possuir compleição robusta, não encontrava trabalho para manter sua família, e que se tomara salteador de estradas, levado por aquele extremo desespero.
Atacava os viajantes, roubando-lhes tudo que levavam e com o fruto dos roubos mantinha seus velhos pais, sua mulher e filhos, sem que nenhum deles suspeitasse a sinistra procedência do  dinheiro.
Assim levava a vida, quando certo dia passou pelo caminho em que estava um grande santo chamado Nârada, a quem o salteador deteve para roubar.

Porém Nârada perguntou-lhe:
- Por que queres roubar-me? Gravíssimo pecado é roubar e assassinar o próximo. Por que cometes
tão grande pecado?

O salteador respondeu:
- Peco porque preciso manter minha família com o dinheiro que roubo.

O santo replicou:
- Crês que tua família participa do teu pecado?

- Sim certamente.

- Pois bem; prenda-me, ata-me os pés e as mãos e deixa-me aqui, enquanto vais à tua casa e perguntas a todos se querem participar do teu pecado, como participam do teu dinheiro.

O salteador concordou com a proposta, atou o santo foi à casa e perguntou a seu pai:
Sabes como te sustento?

- Não sei.

Sou um salteador de estradas, que roubo os viandantes e os mato se não se deixam roubar.

- Como fazes isto, meu filho? Afasta-te de mim! És um pária!

O salteador perguntou depois à sua mãe:
- Sabes como te sustento?

- Não sei.

- É com o produto dos meus roubos e assassinatos.
- Que coisa triste!

- Queres compartilhar de meu pecado?

- Por que haveria de fazê-lo? Nunca roubei a ninguém.

O salteador perguntou depois à sua esposa:
- Sabes como te mantenho?

- Não sei.

- Pois sou um salteador, de estradas e quero saber se estás disposta a compartilhar do meu pecado.
- Absolutamente. És meu marido e tens o dever de manter-me honradamente.

Então o salteador percebeu a maldade de sua conduta, ao ver que seus mais íntimos parentes
negavam-se resolutamente a compartilhar a responsabilidade de suas más ações e volvendo ao sitio em que havia deixado o santo Nârada, desamarrou-o, relatou-lhe tudo quanto até então havia feito e caindo de joelhos a seus pés, exclamou compungido:

Salva-me! Que devo fazer?

O santo respondeu-lhe:

- Abandona para sempre este gênero de vida, pois já viste que nenhum dos teus aprova o que fazes e te desprezam ao saber quem és. Participam de tua prosperidade, porém, quando nada tiveres para dar-lhes, hão de abandonar-te. Não querem compartilhar do teu mal, mas aproveitar-se dos teus bens. Portanto, adora Aquele que sempre está ao nosso lado, no mal e no bem; que nunca nos abandona porque o amor não conhece nem o engano, nem o egoísmo.

Depois Nârada ensinou-lhe a adorar a Deus; e aquele homem, renunciando por completo ao mundo, retirou-se para as selvas e entregou-se à meditação, esquecendo-se inteiramente de sua personalidade, de sorte que nem percebeu os formigueiros que surgiam em torno dele.

No fim de alguns anos ouviu uma voz que lhe dizia:

- Levanta-te, ó sábio!

Ele, porém, respondeu:
Sábio? Sou um ladrão ...

A voz replicou:
- Já não és salteador de estradas. És um sábio purificado. Esquece teu antigo nome. Agora, já que tua meditação foi tão profunda que nem notaste os formigueiros que se formavam ao teu redor, chamar-te-ás Valmiki, que significa: "O que nasceu entre os formigueiros."

Aquele que outrora era salteador de estradas converteu-se em um sábio. Um dia, quando foi banhar-se no sagrado rio Ganges, viu um casal de pombos que cirandavam, beijando-se com carinho; Valmiki contemplava enternecido tão formoso espetáculo, quando de súbito silvou uma flecha ao seu ouvido, indo matar o pombo.

A pomba, ao ver seu companheiro caído sem vida, deu voltas ao redor do cadáver, com mostra de
profundo pesar.

Valmiki revoltou-se e ao alongar a vista descobriu o caçador, a quem, possuído de nobre indignação
apostrofou:

És um miserável sem noção de piedade. Nem o amor pôde deter tua mão assassina?
Porém, Valmiki refletiu:
Que é isto? Que estou dizendo? Nunca falei assim até agora!

Então ouviu uma voz que disse:
Não temas, porque de teus lábios brota a poesia. Escreve a vida de Rama em linguagem poética, para benefício do mundo.

Assim começou a epopéia. O primeiro verso é uma torrente de piedade brotando do coração de
Valmiki. (...)

Epopéias da Índia Antiga
Swami Vivekananda

A Essência de Vairagya


“O sofrimento cessa quando o apego pelo desejo cessa."
Buda


"Sem desapego não pode haver nenhum progresso espiritual.
O Vedanta é a única prática vital e fundamental: Se você tiver desapego, todas as outras virtudes virão por elas mesmas. 

O grande sábio Patanjali diz: Abhyasavairagyabhyam tannirodhah - a mente é controlada pela meditação ou prática de Vairagya. Elas são as duas asas do aspirante para voar alto na realidade da Existência Imortal.

A mesma coisa também diz o Senhor Krishna: Abhyasena tu Kaunteya, vairagyena cha grihyate - a mente é controlada pela prática e ausência de paixão e intenso desapego. Pelo desapego, a mente se torna desapegada. Aquele que trabalha de modo desapegado não é vítima do Karma (ação). Por isso é dever do aspirante cultivar esta virtude, ou Sadhana-anka-Vairagya.

Vairagya é o oposto de Raga (apego). Vairagya é ausência de paixão. Vairagya é desapego. Vairagya é indiferença perante o desfruto sensual aqui e ali. É o segundo teim no Sadhana Chatushtaya-Viveka, Vairagya, Shadsampat e Mumukshutwa.

Vairagya nasce de Viveka, ou discriminação entre Nitya e Anitya (Eterno e não-eterno), Sat e Asat (Real e não-real), Tattwa e Atattwa (Essência e não-essência). Viveka vem através de serviço altruísta feito em várias encarnações e através de Puja e Aradhana (devoção ou adoração à Deus), e através de Graça de Deus. De Viveka nasce Vairagya. E dá força espiritual.

Um homem desapegado não tem atração pelo mundo material. Por isso o desapego é um valor supremo e inextinguível para os aspirantes espirituais!

O desapego ajuda na concentração da mente (Samadhana) e gera um queimante Mumukshutwa, ou forte busca pela Liberação ou Emancipação.

Raga é apego aos objetos. Onde quer que haja um pequeno prazer, lá está Raga. Onde quer que haja dor, lá está o desgosto. Gosto e desgosto estão interligados. Raga-Dwesha é também uma das aflições importantes, segundo o grande sábio Patanjali. As cinco aflições são: Avidya (ignorância), Asmita (egoísmo), Raga-Dwesha (atração e aversão) e Abhinivesha (atração pela vida). Primeiro, há ignorância, o Avidya original; disso nasce o egoísmo, Asmita; e de Asmita nasce o Raga-Dwesha, e de Raga-Dwesha, Abhinivesha, ou apego à vida.

Vairagya vem através de observação dos defeitos da vida sensual. O prazer sensual não é felicidade real. É ilusório, transitório, impermanente. Está misturado com a dor. Por isso, novamente, olhando os defeitos da vida sensual, nasce o desapego. Deveria ser reforçado através do estudo de livros espirituais, perguntas e respostas, Vichara (discriminação) e investigação.


O desapego deveria nascer da discriminação, da investigação e da análise. Através desses, a mente sai do desfrute sensual e se torna fina como uma teia e só então há desapego duradouro. Você terá que fazer investigações de novo e de novo. Viver sem roupas ou penitência externa não constitui desapego real. Desapego real deve vir da investigação, Vichara.
Todos os objetos materiais não nos dão felicidade duradoura. Ele nos levam à dor e ao pesar. Uma investigação profunda, repetida de novo e de novo ao longo de um grande tempo, produz desapego duradouro...”

Swami Sivananda

Conselho aos Jovens




Seja íntegro e corajoso! Seja verdadeiro!

Absolutamente virtuoso, e valente até as últimas conseqüências!
Não se perturbe com teorias religiosas.

Somente os covardes pecam, não um herói – este jamais peca, nem mesmo em pensamento.
Dedique-se a amar a cada um e a todos. Seja um verdadeiro ser
humano e aplique-se em tornar corajosos, íntegros e sensíveis os que estão diretamente sob seus cuidados.

Nada de religião para vocês, meus filhos, mas sim a
integridade e a valentia! Nada de covardia, nada de
pecado, nada de crime, nada de fraqueza – tudo o mais
virá por si mesmo...


Ter fé em si mesmo
Ter pensamentos positivos
Ter a coragem de um leão
Dar importância tanto para os fins
quanto para os meios
Trabalhar até obter êxito
Essas são as qualidades
que um jovem deve cultivar!


Swami Vivekananda


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Provérbio Aborígene


"Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. 
O nosso objetivo é Observar, Crescer, Amar... 
e depois voltamos para casa."

PROVÉRBIO ABORÍGENE 

domingo, 7 de outubro de 2012

A transição planetária e nós

Texto de Trigueirinho, escrito em 2008 ao 'Jornal o Tempo',
sobre o momento de transição que nós, com a Terra, iremos passar num futuro próximo...


("Jardineiros do Espaço")
- Grande é o despreparo das pessoas para os momentos de emergência. E quantos saberão sobre a cura interior, conhecimento muito mais sutil?
Confiar na providência sem deixar de cumprir sua parte.

Se considerarmos a ideia pura que existe por detrás do trabalho de um soldado/bombeiro, poderemos compreender a postura requerida aos que se dispõem a colaborar com o plano evolutivo nestes tempos de transição.

Mesmo sem saber que tipo de situação enfrentará, o bombeiro tem de preparar-se para todas elas. Não as deve atrair, e tampouco criar expectativas, mas precisa estar pronto para ir ao encontro da necessidade. Deve estar alerta e responder de imediato à demanda. Para isso, esquece-se de si e dispõe-se a doar a própria vida para que a tarefa se consume. Sem medir esforços, faz da entrega o seu signo.

Em muitos indivíduos que se ofertam ao plano evolutivo, tais qualidades estão desenvolvidas em grau suficiente para que atuem como canais de energias superiores; porém, nem sempre estão preparados para agir adequadamente no plano físico.

Se uma tempestade se anuncia, o homem prudente fecha sua casa antes de sair para o trabalho. Se a maré está para subir, o pescador experiente arrasta seu barco para mais alto na praia. Por que deixariam ao encargo das energias o que a eles cabe realizar?

(Luz Supramental)
Quando no deserto Jesus foi instigado pelas forças involutivas a saltar do alto sob a alegação de que "os anjos o protegeriam e não deixariam que se ferisse", ele respondeu: "Não tentarás o Senhor teu Deus". Para reconhecer essa lei espiritual e cumpri-la é necessário discernimento. Enganosa é a ação daquele que, com uma pretensa fé no supremo poder das energias, age abusivamente, descurando daquilo que ele, e não a hierarquia, deve realizar.

Hoje o estar preparado não mais diz respeito só ao processo evolutivo individual, mas principalmente ao serviço que se deve prestar. Nesse caso, a omissão é tão perniciosa quanto a ação perpetrada em proveito próprio. E, em se tratando de momentos críticos, de carências gerais e de crises coletivas agudas, armazenar bens e proteger-se, tolhendo com isso o livre fluir da vida, é uma das grandes limitações à manifestação do desconhecido e imponderável.

Aos que tencionam colaborar com o plano evolutivo é pedido fundir a instrução "viver como os pássaros do céu e os lírios do campo" com a lei "não tentarás o Senhor teu Deus", ou seja, confiar na providência divina, sem todavia deixar de cumprir a parte que lhes cabe na obra cósmica.

O homem muitas vezes se esmera em salvar-se, construindo, por exemplo, abrigos anti-radioativos a fim de se preservar fisicamente; com isso, todavia, distrai-se do principal, que não é buscar a própria salvação material - e a dos seres a quem está coligado -, mas preparar-se em consciência para os momentos que se aproximam, assumindo o serviço ao plano maior que visa ao bem de todos e que trará situações imprevisíveis e soluções inéditas.

(SOHIN)
Alguns desencarnarão pouco antes dos momentos de caos generalizado, para nos planos sutis auxiliar outros, menos experientes, a ali ingressarem quando também deixem seus corpos densos. Grande é o despreparo das pessoas para os momentos de emergência. E quantos saberão algo sobre a cura interior, conhecimento muito mais sutil?

A oração deve converter-se em ação efetiva, como resposta clara à premência dos tempos e às ajudas que o cosmos envia à Terra. Não por temor ou compulsão, mas pela pureza de sua entrega à lei, o indivíduo reconhecerá os passos a dar e encontrará em seu interior a necessária fortaleza para avançar na senda do serviço e para ajudar seus semelhantes e os demais seres dos reinos infra-humanos.

A omissão é tão perniciosa quanto a ação em perpetrada em proveito próprio.


Para informações sobre Trigueirinho e o trabalho desenvolvido na Comunidade Figueira,  textos, palestras e, o trabalho de Oração junto a Mãe Divina, acessem:



(imagens recolhidas do trabalho de Bárbara Elias: Espaço Sohin e  Nilaya Art)