sábado, 17 de novembro de 2012

"Minha Mente Para Mim é um Reino”



Minha mente para mim é um reino;
Encontro nela um bem-estar tão perfeito
Que supera qualquer outra bênção, 
Venha de Deus ou da natureza. 
Por mais que eu queira o que a maioria busca, 
Minha mente proíbe e afasta a ambição. 



Nenhum porto principesco, nenhum estoque de riquezas,
Coisa alguma para forçar a vitória;
Tampouco sagaz destreza para atenuar uma ferida,
Nem aparências para atrair um olhar afetuoso.
Não sou escravo de nada disso.  
Por quê? Minha consciência despreza esse tipo de coisas.  
Vejo que muitos com freqüência se excedem;
E os que escalam rapidamente –  logo vão despencar.
Vejo aqueles que estão no alto serem 
Mais ameaçados que os outros, por desgraças.
Eles conquistam com esforço e guardam com medo;
E tais preocupações minha mente não quer tolerar.


Prefiro não adotar uma atitude de orgulho; 
Não desejo mais que o suficiente,
E nada faço além do que posso fazer bem.
Tudo que necessito, minha mente me garante. 
Veja! Assim triunfo como um rei,
Com qualquer coisa tenho a mente contente. 
Eu não rio da perda que o outro sofre,
Nem invejo o ganho do outro;
Nenhuma onda do mundo pode agitar minha mente; 

Eu tolero bem o que é a ruína de muita gente. 
Não temo o inimigo, e nem bajulo o amigo,
Não detesto a vida, nem temo o meu fim. 
Minha riqueza é a saúde, e uma perfeita calma; 
E a consciência limpa é minha principal defesa;
Não uso suborno ou sedução para agradar, 
Nem me afasto de alguém para ofender e ferir.
Assim eu vivo, assim irei morrer, 
E gostaria que todos tivessem – esse jeito de ser!



Sir Edward Dyer (1543-1607) foi um poeta 
inglês cuja reputação está estabelecida,  segundo 
a Encyclopaedia Britannica (1967) “por 
um pequeno número de poemas que são 
atribuídos a ele com segurança, e foram 
feitos com grande destreza e musicalidade”.

Considera-se que Sir Edward foi um alquimista. 
Em seu livro “O Iluminismo Rosa-Cruz” 
(Ed. Cultrix-Pensamento),  capítulo três, Frances 
Yates diz que ele era discípulo  e John Dee. 
Ocultista bem conhecido, John Dee é mencionado em  
“Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”, Carta 01. 
Durante quatro séculos, “Minha Mente Para  
Mim é um Reino” tem  sido  o mais famoso  
dos poemas de  Sir  Edward  Dyer.

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